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segunda-feira, 4 de abril de 2011
O DONO DO MUNDO
o dono do mundo (que sou eu me mesmo) me disse...
"você é não dono de nada,
de nada, de tudo, de quase tudo, de quase"
e eu que sou de nada piso nas farpas,
nas caras das pedras sem pedir ao sol da noite
uma pitada de fogo, uma pitada dos sonolentos gatos
a mulher que aqui está parece não perceber-me,
não perceber os caminhos que os astros fazem
por dentro dos esquadros da casa
é triste ver alguém que no meu entender nunca prestou atenção
numa flor, num cometa cadente
eu não sou nada, incapaz de tocar seu coração,
sua mente com o fermento do que aprendi
ela é vazia, um balão oco, sem passado, sem presente, sem futuro,
sem ancestrais, sem sonhos mágicos
como doí isso para um homem que busca os caminhos do sábio;
que dor ver a pessoa que me acompanha há tantos anos
viver de forma tão leviana, superficial
é um castigo, uma tragédia,
apostar tanto num ser e vê-lo depois de tudo que vivemos
e vimos, ainda ignorante,
sem filosofia, sem ideiáis,
mergulhado na existência milenar dos mortais
que já nasceram mortos
(edu planchêz)
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